Tudo o que você precisa saber sobre o SIBO: do diagnóstico ao tratamento
O Supercrescimento Bacteriano no Intestino Delgado (SIBO) foi identificado há…
Continuar lendoA permeabilidade intestinal refere-se à propriedade das membranas do trato intestinal em permitir o tráfego de diferentes macromoléculas.
É um sistema complexo constituído por uma barreira “física” externa e uma barreira “funcional” interna (barreira imunológica).
Essa barreira imunológica é constituída pela mucosa intestinal, que tem por objetivo permitir a simbiose (associação benéfica entre dois organismos) sem desenvolver uma condição de inflamação crônica e resposta à ameaça de patógenos.
A interação das barreiras físicas e imunológicas permite manter a permeabilidade intestinal equilibrada.
O epitélio intestinal geralmente é eficaz contra a passagem de macromoléculas, produtos bacterianos e antígenos alimentares, no entanto, uma pequena porcentagem pode passar pelas junções estreitas.
Em indivíduos com predisposição genética, a passagem de materiais luminais pode estar relacionada com uma ativação imune exagerada e com a liberação de citocinas, como IL-13, TNF e IFN-y. Em consequência disso, o aumento da permeabilidade das junções estreitas pode levar à passagem adicional de macromoléculas do lúmen intestinal e ao aumento da ativação imune.
A falta de uma regulação adequada e o aumento dessas citocinas pode ocasionar a diversas doenças, como veremos adiante.
A permeabilidade intestinal é, portanto, a característica funcional da barreira intestinal, que pode ser mensurável pela análise das taxas de fluxo ao longo da parede intestinal como um todo ou por substâncias inertes durante o processo de absorção.
É mais comumente mensurada por excreção urinária fracionada de sondas ingeridas por via oral. Essas sondas podem atravessar o epitélio intestinal pela via paracelular e entrar na corrente sanguínea. Assim, as sondas são filtradas pelo glomérulo e excretadas na urina.
As sondas ideais não são metabolizadas no lúmen intestinal ou no sangue, são facilmente filtradas pelo glomérulo e não são ativamente absorvidas ou secretadas no rim. A excreção urinária fracionária pode, portanto, ser usada como uma medida indireta da permeabilidade intestinal.
Desta forma, uma permeabilidade intestinal normal é definida como uma permeabilidade estável encontrada em indivíduos saudáveis sem sinais de intoxicação, inflamação ou comprometimento das funções intestinais.
Muitos fatores podem alterar a permeabilidade intestinal:
O efeito da dieta na permeabilidade intestinal depende de fatores individuais, como a suscetibilidade genética do indivíduo, bem como sua microbiota intestinal.
Fatores dietéticos podem promover o aumento da permeabilidade intestinal como decorrência da alteração da microbiota intestinal, como por exemplo durante a adaptação metabólica à dieta rica em gordura (HFD).
Vitamina A
Uma dieta deficiente em vitamina A pode provocar alterações nas bactérias comensais e prejudicar a barreira intestinal, alterando a dinâmica da mucina e a expressão de moléculas de defesa.
Estudos com crianças com deficiência subclínica de vitamina A mostraram que que as concentrações de retinol sérico estão inversamente correlacionadas com a permeabilidade intestinal.
Vitamina D
Além da vitamina A, a vitamina D também parece desempenhar um papel importante na barreira intestinal. Experimentos em camundongos mostraram que a deficiência de vitamina D pode comprometer a barreira da mucosa, levando a um aumento da suscetibilidade a danos na mucosa e um risco aumentado de doenças da barreira intestinal.
Ácidos graxos de Cadeia curta
Estes ácidos orgânicos incluem o acetato, propionato, butirato e valerato, que são produzidos por fermentação microbiana intestinal de carboidratos não digeridos no cólon. Entre eles, o butirato desempenha papel importante para manter a barreira intestinal, no qual sua deficiência provoca lesões na junção estreita, alterando a permeabilidade intestinal.
As dietas ricas em energia, com alto teor de gordura, aumentaram a permeabilidade intestinal, resultando em endotoxemia metabólica (alteração da permeabilidade devido ao LPS, um componente da membrana externa de bactérias gram-negativas).
Além dos efeitos pelos produtos de fermentação dos prebióticos como os ácidos graxos de cadeia curta, os prebióticos podem ser estabilizadores na barreira intestinal. Um estudo recente demonstrou que o fruto-oligossacarídeos (FOS) atenua a esteatose hepática, possivelmente modulando a microbiota intestinal e/ou a função da barreira intestinal.
Diversos estudos demonstram o uso de bactérias comensais e probióticos para promover a integridade da barreira intestinal in vivo.
Foi demonstrado que a disbiose intestinal (desequilíbrio da flora bacteriana intestinal) pode levar a disfunção e modulação da barreira intestinal, bem como estados de doença crônica, como na síndrome do intestino irritável.
A alteração da permeabilidade intestinal e subsequente translocação de bactérias pode desencadear diversas doenças metabólicas.
Especula-se que o ajuste da microbiota intestinal, com alimentos prebióticos ou bactérias probióticas, podem auxiliar em futuras terapias para doenças relacionadas à barreira intestinal.
O aumento da permeabilidade intestinal está presente em diversas condições clínicas intestinais e sistêmicas:
Os efeitos da permeabilidade intestinal aumentada incluem:
Já a diminuição da permeabilidade intestinal pode resultar em má absorção e originar desnutrição, mesmo com uma dieta normal (em relação a qualidade ou quantidade), comumente como consequência de lesões do epitélio intestinal que afetam a absorção transcelular de nutrientes.
É um método não invasivo de avaliação da integridade e funcionalidade da mucosa intestinal, que possibilita o auxílio no diagnóstico das causas de sintomas intestinais e sistêmicas, além de fornecer informação sobre a resposta terapêutica e acompanhamento clínico (marcador de atividade e prognóstico).
A análise consiste na administração de duas substâncias não metabolizáveis (lactulose e manitol) que apresentam peso molecular diferente, em concentrações previamente determinadas. O resultado é apresentado com base na quantificação da porcentagem de eliminação de ambas substâncias, sendo essa correlacionada com a porcentagem de absorção.
Para realizar o exame faz-se necessário 8 horas de jejum prévio.
O exame de permeabilidade intestinal é indicado para:
A identificação de uma alteração da permeabilidade intestinal possibilita a atuação terapêutica de forma específica, com a consequente melhora dos sintomas em uma porcentagem elevada de pacientes.
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