Teste de atividade DAO: Como este exame ajuda na intolerância à histamina
A enzima diaminaoxidase (DAO) é a principal enzima intestinal envolvida…
Continuar lendoO sono é um processo natural da saúde, no qual envolve mecanismos fisiológicos complexos onde os sentidos são amplamente ignorados e a função motora é principalmente inibida. Muitos fatores regulam a propensão do sono, como fatores neuronais, hormonais, genéticos e neurotransmissores. Dentre eles, uma parte importante desse processo é a presença do hormônio melatonina, onde a sua desregulação é uma das principais causas por trás dos distúrbios do sono e do ritmo circadiano (1).
A duração e qualidade do sono são essenciais para o bem-estar, além de auxiliar na consolidação da memória e na restauração da função cerebral. Quando interrompido, pode ocasionar doenças ou piorá-las (2).
A duração recomendada de sono pode variar dependendo da idade. Segundo a Sociedade Brasileira do Sono, recém-nascidos devem dormir em média 14-18 horas por dia; durante a infância as crianças devem dormir entre 9-11 horas; na adolescência a necessidade é de 8-10 horas de sono, enquanto os adultos devem ter em média de 7-8 horas de sono por noite (3).
Agora, vamos explorar mais sobre o que é a melatonina e sua função no corpo humano.
A melatonina, conhecida como o hormônio do sono, é um hormônio envolvido em diversos processos fisiológicos, e apresenta um importante papel na sincronização do ritmo circadiano (conhecido como relógio biológico).
Ela é sintetizada a partir da serotonina (neurotransmissor), por uma glândula endócrina chamada pineal, que está localizada no cérebro, aproximadamente no centro do encéfalo, embora também seja sintetizada em outras partes do corpo, como retina, medula óssea, fígado, intestino, pele e sistema imunológico (4-5).
A melatonina está relacionada a presença ou ausência de luz e isso influencia diretamente no ciclo biológico do corpo. Mas, você sabe como a melatonina funciona de fato no organismo?
A síntese da melatonina ocorre em resposta à presença, ou não, de luz, promovendo o início do sono e regulando o ritmo circadiano.
O tempo de produção da melatonina é influenciado pela percepção retiniana da luz devido a sua ação inibitória sobre a glândula pineal. Portanto, sua concentração é deflagrada durante a noite, à medida que a luz desaparece, atingindo seu pico e decaindo pela manhã, ocasionando a vigília.
Após sua sintetização, a melatonina é imediatamente liberada na corrente sanguínea, se difundindo por todo o organismo e não sendo estocada (6).
A função da melatonina está relacionada a regulação do ritmo circadiano, que é um ciclo biológico que regula as atividades diárias do organismo, como a temperatura, alimentação, atividade motora e o sono.
Sua origem é endógena e possui mecanismos de sincronização com os ciclos ambientais. Seu sincronizador principal é o ciclo claro e escuro, mas existem outros sincronizadores menores, como horários de alimentação, exercícios regulares, horários de sono e contatos sociais regulares (4,6).
Além de seu papel como agente cronobiótico, ela está envolvida diretamente na proteção celular e possui propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, imunoestimulantes e na eliminação de radicais livres.
O efeito antioxidante leva à neutralização dos radicais livres do oxigênio e do nitrogênio potencialmente nocivos às células. Ele também pode interferir na reabsorção óssea, inibindo a atividade dos osteoclastos e na formação de substâncias reativas, aumentando a atividade da superóxido dismutase (5-6).
Como estimuladora, ela age antagonizando os efeitos imunossupressores do cortisol e estimulando a atividade dos linfócitos. A síntese ativa de melatonina também regula a produção de interleucina-2, uma proteína essencial para a função imunológica (4).
A insônia é uma condição clínica que pode ser classificada como dificuldade em iniciar o sono, dificuldade em manter o sono, despertar precoce e sono não reparador. É considerada um dos distúrbios do sono mais comuns, sendo uma das principais queixas dos pacientes que recorrem aos cuidados médicos (7).
Os distúrbios do sono muitas vezes resultam em repercussões negativas e estão associados ao cansaço excessivo, déficit cognitivo, ansiedade, estresse, doenças ou mudanças de hábitos, podendo tornar-se crônica. Além de terem correlação com outras patologias, como obesidade, distúrbios mentais, hipertensão arterial e diabetes (8).
Sua relação com a melatonina é devido à regulação do ciclo sono-vigília e ritmo circadiano pela interação entre o processo homeostático e o processo circadiano.
O processo circadiano aumenta ao longo do dia, até duas a três horas antes de dormir, e serve para suprimir o processo homeostático, que é a capacidade de um sistema se autorregular, mantendo as condições internas, independentemente das condições ambientais externas.
No início do sono, há uma diminuição do sinal de alerta causado pelo aumento do nível de melatonina no plasma. Essa redução do sinal de alerta faz com que o processo homeostático avance, trabalhando para regular ambos os ritmos, ocasionando também a regularização do sono (9).
Os níveis de melatonina na corrente sanguínea mudam ao longo da vida. Após o nascimento, o ciclo circadiano sofre uma progressiva maturação que é atingida completamente até os 3 meses de vida (10).
Diante disto, sua síntese inicia-se em média aos 3-4 meses de idade, aumentando gradualmente durante a infância, atingindo seu pico entre os 8-10 anos de idade e decaindo drasticamente durante a puberdade.
Após 40-45 anos de idade, os níveis de melatonina começam a diminuir progressivamente devido à diminuição da inervação adrenérgica, assim como a diminuição do número de receptores beta-adrenérgicos, que ocasiona a redução da capacidade de funcionamento da glândula pineal.
O uso de medicamentos bloqueadores beta-adrenérgicos também pode interferir nos níveis de melatonina, impedindo que a noradrenalina se ligue à glândula pineal, limitando a síntese do hormônio (5).
A concentração de melatonina em indivíduos saudáveis é muito baixa durante a maior parte do dia, mas aumenta significativamente ao anoitecer, onde seus níveis atingem seu pico máximo (acrófase) (5,6).
Entre os principais hábitos para melhorar a produção melatonina estão:
Alguns hábitos podem diminuir ou prejudicar a produção da melatonina e, consequentemente, piorar a qualidade do seu sono. Como por exemplo:
Segundo a ANVISA, a melatonina exógena não é uma substância que faz dormir, mas sim um sinalizador do sono, ou seja, ela auxilia na indução do sono, no entanto, não é utilizada como tratamento para insônia.
O uso da melatonina exógena para tratamento da insônia é indicado por especialistas em casos de atraso da fase do sono, efeito jet-lag e transtorno comportamental do sono REM (Rapid Eyes Movement), na qual é caracterizada pela “fase dos sonhos”, onde ocorre a paralisia do sono e distúrbio dos pesadelos.
Nestes casos, a administração da melatonina serve para tentar regular o período de sonolência do paciente. Embora seja temporário, a melatonina pode ajudar a reajustar o relógio biológico e melhorar sintomas como a sonolência diurna e o cansaço, mas é importante lembrar que ela não mantém o sono, apenas ajuda a iniciá-lo e a indicação deve ser realizada pelo médico, dentro do contexto clínico do paciente (11).
Alguns benefícios da melatonina estão relacionados à (12):
A SYNLAB oferece o exame Alteração no Sono – Biorritmo Melatonina. Ele consiste na determinação dos níveis de melatonina na saliva em diferentes momentos da noite (22h, 02h, 04h, 08h), permitindo assim, avaliar o perfil biorritmo de melatonina do paciente nos principais horários de pico da melatonina, relacionando-os com o biorritmo de vigília/sono e desta forma, detectar qualquer desvio do padrão normal, tanto no tempo como na intensidade.
O exame é realizado mediante técnica de Radioimunoensaio, que consiste na reação entre o antígeno radioativo e o não radioativo por um número fixo nos sítios de ligação de anticorpos.
A realização de exames precisos e atualizados é essencial para a realização de diagnósticos mais assertivos e para o melhor direcionamento dos tratamentos. E a SYNLAB está aqui para te ajudar.
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(1) Vasey C, McBride J, Penta K. Circadian Rhythm Dysregulation and Restoration: The Role of Melatonin. Nutrients. 2021 Sep 30;13(10):3480. doi: 10.3390/nu13103480. PMID: 34684482; PMCID: PMC8538349.
(2) Chitimus DM, Popescu MR, Voiculescu SE, Panaitescu AM, Pavel B, Zagrean L, Zagrean A-M. Melatonin’s Impact on Antioxidative and Anti-Inflammatory Reprogramming in Homeostasis and Disease. Biomolecules. 2020; 10(9):1211.
(3) Associação Brasileira do Sono. Revisores e escritores. Semana do sono; São Paulo, SP, Brasil: 2020.
(4) Neurochirurgie. 2015 Apr-Jun;61(2-3):77-84. doi: 10.1016/j.neuchi.2015.03.002. Epub 2015 Apr 20. PMID: 25908646.
(5) Poza JJ, Pujol M, Ortega-Albás JJ, Romero O; en representación del Grupo de estudio de insomnio de la Sociedad Española de Sueño (SES). Melatonin in sleep disorders. Neurologia (Engl Ed). 2018 Nov 19:S0213-4853(18)30200-7.
(6) Esposito S, Laino D, D’Alonzo R, Mencarelli A, Di Genova L, Fattorusso A, Argentiero A, Mencaroni E. Pediatric sleep disturbances and treatment with melatonin. J Transl Med. 2019 Mar 12;17(1):77. doi: 10.1186/s12967-019-1835-1. PMID: 30871585; PMCID: PMC6419450.
(7) Fahey CD, Zee PC. Circadian rhythm sleep disorders and phototherapy. Psychiatr Clin North Am. 2006 Dec;29(4):989-1007; abstract ix. doi: 10.1016/j.psc.2006.09.009. PMID: 17118278.
(8) CARONE, Caroline Maria de Mello et al. Fatores associados a distúrbios do sono em estudantes universitários. Cadernos de Saúde Pública, v. 36, p. e00074919, 2020.
(9) BOTAS, Filipe Manuel Carvalho. O papel da melatonina. 2014. Tese de Doutorado.
(10) KASECKER, Fernanda Gugelmin; NUNES, Carlos Pereira. Melatonina e glândula pineal. Revista da Faculdade de Medicina de Teresópolis, v. 1, n. 01, 2017.
(11) BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). DE ALIMENTOS, Gerência-Geral. Análise de informações sobre segurança e eficácia da melatonina. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 2020.
(12) https://www.endocrino.org.br/media/uploads/PDFs/posicionamento_sobre_melatonina_sbem.pdf
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