A farmacogenética aplicada as condições neurológicas e psiquiátricas
Os problemas de saúde mental são uma das principais causas…
Continuar lendoA ansiedade é um dos transtornos psiquiátricos mais comuns que afetam a população. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada 13 pessoas no mundo sofre de ansiedade. Embora existam tratamentos de ansiedade eficazes, apenas uma parte das pessoas os recebe, e encontrar a opção mais adequada pode ser um processo desafiador.
A farmacogenética avalia a resposta individual com base na análise de variantes nos genes mais frequentes associados ao metabolismo dos medicamentos utilizados no tratamento para ansiedade, possibilitando a escolha de um tratamento mais assertivo, eficaz e seguro ao paciente.
A ansiedade é caracterizada como uma preocupação excessiva e incontrolável sobre determinadas situações, mesmo na ausência dos respectivos estímulos ou ainda de uma maneira desproporcional ao risco apresentado (1).
A ansiedade também pode ocorrer em conjunto com a depressão. De acordo com a Associação Americana de Ansiedade e Depressão quase metade das pessoas com diagnóstico de depressão também sofrem de ansiedade (2). Existem vários tipos de transtornos de ansiedade, sendo os principais, transtorno de ansiedade generalizada, síndrome do pânico e vários transtornos relacionados à fobia (3).
A ansiedade tem um forte componente genético, mas não pode ser atribuída exclusivamente à hereditariedade. Estudos mostram que certas variantes gênicas, como as descritas no gene BDNF, podem aumentar a predisposição para transtornos de ansiedade. Essas variantes influenciam a expressão de genes que regulam a resposta ao estresse e o comportamento ansioso, indicando que a genética desempenha um papel importante na susceptibilidade à ansiedade (4).
A hereditariedade, que envolve a transmissão genética de pais para filhos, não é o único fator determinante na ansiedade. A expressão desses genes pode ser modulada por fatores ambientais, como traumas, estresse prolongado e condições de vida, que interagem com a predisposição genética para desenvolver ou agravar transtornos de ansiedade. Isso significa que, embora a genética forneça uma base para a vulnerabilidade à ansiedade, o ambiente e as experiências individuais também desempenham um papel crucial.
Portanto, a ansiedade pode ser considerada tanto um resultado de fatores genéticos quanto de influências hereditárias, mas sua manifestação final decorre de uma complexa interação entre genes e ambiente. Estudos recentes, exploram essa interação, demonstrando como variações genéticas podem modular o comportamento ansioso em diferentes contextos (4).
Os transtornos de ansiedade compreendem um grupo de condições psiquiátricas onde a ansiedade é o sintoma predominante e persistente, indo além das reações normais e temporárias que todos enfrentamos em situações desafiadoras. Diferenciar entre uma ansiedade normal e um transtorno de ansiedade pode ser difícil, mas é essencial observar se a resposta ansiosa é duradoura, desproporcional ao estímulo e interfere na vida cotidiana.
Vale lembrar que sintomas ansiosos também podem estar presentes em outros transtornos psiquiátricos. Por exemplo, a ansiedade pode aparecer no início de um surto esquizofrênico ou como medo de separação em uma criança com depressão maior. Nesses casos, a ansiedade é secundária a outro transtorno primário.
Além disso, é comum que uma pessoa apresente mais de um transtorno de ansiedade simultaneamente. Estima-se que cerca de metade das crianças com transtornos de ansiedade tenha mais de um diagnóstico coexistente.
Existem diferentes tipos de transtornos de ansiedade, cada um com suas características específicas:
Os indivíduos com esse transtorno apresentam preocupação excessiva na maioria dos dias, por pelo menos seis meses, em relação a situações cotidianas como saúde, trabalho e interações sociais. Esse é o transtorno de ansiedade mais comum entre adultos mais velhos, embora esses casos estejam frequentemente ligados a eventos traumáticos.
Os sintomas mais comuns de transtorno de ansiedade generalizada incluem:
Indivíduos com síndrome do pânico apresentam ataques de pânico recorrentes. Os ataques de pânico são períodos repentinos de medo que atingem seu pico em poucos minutos, podendo ocorrer de maneira inesperada ou por algum gatilho.
Os sintomas durante um ataque de pânico são:
Pessoas com síndrome do pânico costumam se preocupar com a possibilidade de um novo ataque e tentam preveni-lo ativamente, evitando lugares, situações ou comportamentos que associam aos ataques. Essa preocupação constante com futuros ataques de pânico pode levar ao desenvolvimento de agorafobia.
A fobia é um medo intenso ou uma aversão a objetos ou situações específicas, como voar, alturas ou certos animais. Embora seja normal sentir ansiedade em algumas situações, pessoas com fobia experimentam uma ansiedade desproporcional ao perigo real que a situação ou o objeto representa.
As pessoas com fobia apresentam:
Pessoas com transtorno de ansiedade social sentem um medo intenso ou ansiedade em situações sociais ou de desempenho. Elas temem que suas ações ou comportamentos, influenciados pela ansiedade, sejam julgados negativamente por outras pessoas, o que as leva a evitar situações sociais.
Transtorno de ansiedade caracterizado pelo medo intenso e persistente de estar em situações ou lugares onde a pessoa sente que não pode escapar facilmente ou receber ajuda caso tenha um ataque de pânico ou outros sintomas debilitantes.
Os indivíduos com essa condição apresentam um medo intenso de duas ou mais das seguintes situações:
Na forma mais grave de agorafobia, um indivíduo pode ficar confinado em casa.
Pessoas com esse transtorno têm um medo intenso de se separar de pessoas às quais estão muito apegadas. Esse medo os faz evitar a separação de suas figuras de apego e a ficar sozinhos.
Embora geralmente seja associada a crianças, o transtorno de ansiedade de separação também pode ser diagnosticado em adultos.
Uma crise de ansiedade é caracterizada pela exacerbação dos sintomas, levando o indivíduo a perder o controle sobre a situação e a se sentir incapaz de agir adequadamente diante dos sinais apresentados.
Atualmente, a maioria dos pacientes com transtornos de ansiedade pode ser tratada de maneira eficaz através de uma intervenção profissional apropriada, que geralmente envolve uma combinação de tratamento farmacológico e psicoterapia (5).
Entre as abordagens terapêuticas disponíveis, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é amplamente recomendada. A TCC baseia-se no princípio de que a forma como os indivíduos percebem e interpretam a realidade influencia diretamente seus sentimentos e comportamentos (6).
Os transtornos de ansiedade têm um alto potencial de tratamento, sendo frequentemente tratados com psicoterapia, medicação ou uma combinação dessas abordagens, conforme orientação do especialista. No entanto, apesar da eficácia dos tratamentos disponíveis, apenas 36,9% dos pacientes recebem o tratamento necessário (3).
O tratamento farmacológico para a ansiedade é geralmente seguro e eficaz, sendo geralmente utilizado em conjunto com a psicoterapia (7).
Quatro classes principais de medicamentos são usadas no tratamento de transtornos de ansiedade:
No entanto, encontrar um tratamento eficaz para a ansiedade pode ser um longo processo, pois diferentes medicamentos e dosagens são frequentemente testados até que se identifique o tratamento que realmente ajude o paciente.
Diversos genes atuam na expressão de enzimas do citocromo P450, sendo este o principal metabolizador de fármacos. Com isso, variantes nesses genes podem resultar em uma resposta diversificada aos medicamentos (8). A farmacogenética objetiva avaliar a influência dos genes na resposta individual aos medicamentos (9).
Com o intuito de auxiliar na assertividade e individualização do tratamento farmacológico para ansiedade, a SYNLAB disponibiliza o exame FG Neuro Ansiedade, que estuda variantes genéticas nos principais genes (CYP3A4, CYP3A5 e CYP2C19) envolvidos na expressão das enzimas metabolizadoras que estão relacionadas com efeito e toxicidade dos 13 medicamentos mais utilizados para o tratamento de ansiedade:
O exame FG Neuro Ansiedade da SYNLAB é realizado por Sequenciamento de Nova Geração (NGS), proporcionando uma maior agilidade do processo, alto rendimento e maior sensibilidade da análise (99%).
Através da análise das variantes nos principais genes envolvidos na expressão das enzimas metabolizadoras dos fármacos, é possível classificar o metabolismo para cada medicamento analisado, com o objetivo de auxiliar o médico prescritor em um tratamento mais efetivo e com menor risco de efeitos secundários, possibilitando um tratamento mais assertivo em menor tempo.
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1) Gottschalk MG, Domschke K. Genetics of generalized anxiety disorder and related traits. Dialogues in Clinical Neuroscience – Vol 19 . No. 2 . 2017
2) Anxiety Disorders – Facts & Statistics. Anxiety and Depression Association of America (ADAA). Disponível em: https://adaa.org/understanding-anxiety/facts-statistics
3) Anxiety Disorders. Disponível em: https://www.nimh.nih.gov/health/topics/anxiety-disorders?rf=32471
4) McEwan AR, Hing B, Erickson JC, Hutchings G, Urama C, et al. An ancient polymorphic regulatory region within the BDNF gene associated with obesity modulates anxiety-like behaviour in mice and humans. Molecular Psychiatry. 2024;29:660–670.
5) Gabriela Lenhardtk G, Calvetti PÜ. When turn illness anxiety? How to treat disorders eager under the perspective cogntive-behavioral. Aletheia. 2017;50(1-2).
6) Beck, A. & Knapp, P. (2008). Fundamentos, modelos conceituais, aplicações e pesquisa da terapia cognitiva. Revista Brasileira de Psiquiatria, 30(2), 54-64.
7) Manage life with anxiety, OCD, PTSD, depression, and co-occurring disorders.
8) Da-Yong Lu. Pharmacogenetics. Personalized Cancer Chemotherapy. 2015:21-28.
9) Meyer UA. Pharmacogenetics – five decades of therapeutic lessons from genetic diversity. Nat Rev Genet. 2004 Sep;5(9):669-76. doi: 10.1038/nrg1428.
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