Permeabilidade Intestinal: sintomas e causas - Synlab

Permeabilidade Intestinal: Tudo o que você precisa saber sobre a raiz de muitas doenças.

Publicado por Synlab em 19 de janeiro de 2021
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permeabilidade intestinal refere-se à propriedade das membranas do trato intestinal em permitir o tráfego de diferentes macromoléculas.

 

É um sistema complexo constituído por uma barreira “física” externa e uma barreira “funcional” interna (barreira imunológica).

 

Essa barreira imunológica é constituída pela mucosa intestinal, que tem por objetivo permitir a simbiose (associação benéfica entre dois organismos) sem desenvolver uma condição de inflamação crônica e resposta à ameaça de patógenos.

 

A interação das barreiras físicas e imunológicas permite manter a permeabilidade intestinal equilibrada.

 

O epitélio intestinal geralmente é eficaz contra a passagem de macromoléculas, produtos bacterianos e antígenos alimentares, no entanto, uma pequena porcentagem pode passar pelas junções estreitas.

 

Em indivíduos com predisposição genética, a passagem de materiais luminais pode estar relacionada com uma ativação imune exagerada e com a liberação de citocinas, como IL-13, TNF e IFN-y. Em consequência disso, o aumento da permeabilidade das junções estreitas pode levar à passagem adicional de macromoléculas do lúmen intestinal e ao aumento da ativação imune.

 

A falta de uma regulação adequada e o aumento dessas citocinas pode ocasionar a diversas doenças, como veremos adiante.

 

O que é Permeabilidade Intestinal?

 

A permeabilidade intestinal é, portanto, a característica funcional da barreira intestinal, que pode ser mensurável pela análise das taxas de fluxo ao longo da parede intestinal como um todo ou por substâncias inertes durante o processo de absorção.

 

É mais comumente mensurada por excreção urinária fracionada de sondas ingeridas por via oral. Essas sondas podem atravessar o epitélio intestinal pela via paracelular e entrar na corrente sanguínea. Assim, as sondas são filtradas pelo glomérulo e excretadas na urina.

 

As sondas ideais não são metabolizadas no lúmen intestinal ou no sangue, são facilmente filtradas pelo glomérulo e não são ativamente absorvidas ou secretadas no rim. A excreção urinária fracionária pode, portanto, ser usada como uma medida indireta da permeabilidade intestinal.

 

Desta forma, uma permeabilidade intestinal normal é definida como uma permeabilidade estável encontrada em indivíduos saudáveis sem sinais de intoxicação, inflamação ou comprometimento das funções intestinais.

 

Quais são as causas da alteração  da Permeabilidade Intestinal?

 

Muitos fatores podem alterar a permeabilidade intestinal:

  • Modificações da microbiota intestinal;
  • Alterações na camada mucosa;
  • Dano Epitelial, que resulta na translocação do conteúdo luminal para as camadas internas da parede intestinal.
  • Estilo de vida e fatores dietéticos, como o uso de álcool e dietas ricas em energia, como por exemplo estilo ocidental, que apresenta um alto valor calórico.

 

Quais são os efeitos da dieta, uso de prebióticos e probióticos na Permeabilidade Intestinal?

 

O efeito da dieta na permeabilidade intestinal depende de fatores individuais, como a suscetibilidade genética do indivíduo, bem como sua microbiota intestinal.

 

Fatores dietéticos podem promover o aumento da permeabilidade intestinal como decorrência da alteração da microbiota intestinal, como por exemplo durante a adaptação metabólica à dieta rica em gordura (HFD).

 

Vitamina A 

 

Uma dieta deficiente em vitamina A pode provocar alterações nas bactérias comensais e prejudicar a barreira intestinal, alterando a dinâmica da mucina e a expressão de moléculas de defesa.

 

Estudos com crianças com deficiência subclínica de vitamina A mostraram que que as concentrações de retinol sérico estão inversamente correlacionadas com a permeabilidade intestinal.

 

Vitamina D

 

Além da vitamina A, a vitamina D também parece desempenhar um papel importante na barreira intestinal. Experimentos em camundongos mostraram que a deficiência de vitamina D pode comprometer a barreira da mucosa, levando a um aumento da suscetibilidade a danos na mucosa e um risco aumentado de doenças da barreira intestinal.

 

Ácidos graxos de Cadeia curta

 

Estes ácidos orgânicos incluem o acetato, propionato, butirato e valerato, que são produzidos por fermentação microbiana intestinal de carboidratos não digeridos no cólon. Entre eles, o butirato desempenha papel importante para manter a barreira intestinal, no qual sua deficiência provoca lesões na junção estreita, alterando a permeabilidade intestinal.

 

Dietas do estilo ocidental

 

As dietas ricas em energia, com alto teor de gordura, aumentaram a permeabilidade intestinal, resultando em endotoxemia metabólica (alteração da permeabilidade devido ao LPS, um componente da membrana externa de bactérias gram-negativas).

 

Prebióticos

 

Além dos efeitos pelos produtos de fermentação dos prebióticos como os ácidos graxos de cadeia curta, os prebióticos podem ser estabilizadores na barreira intestinal. Um estudo recente demonstrou que o fruto-oligossacarídeos (FOS) atenua a esteatose hepática, possivelmente modulando a microbiota intestinal e/ou a função da barreira intestinal.

 

Probióticos 

 

Diversos estudos demonstram o uso de bactérias comensais e probióticos para promover a integridade da barreira intestinal in vivo.

 

Foi demonstrado que a disbiose intestinal (desequilíbrio da flora bacteriana intestinal) pode levar a disfunção e modulação da barreira intestinal, bem como estados de doença crônica, como na síndrome do intestino irritável.

 

A alteração da permeabilidade intestinal e subsequente translocação de bactérias pode desencadear diversas doenças metabólicas.

 

Especula-se que o ajuste da microbiota intestinal, com alimentos prebióticos ou bactérias probióticas, podem auxiliar em futuras terapias para doenças relacionadas à barreira intestinal.

 

 

Quais são as principais alterações clínicas e efeitos da Permeabilidade Intestinal?

 

O aumento da permeabilidade intestinal está presente em diversas condições clínicas intestinais e sistêmicas:

 

Os efeitos da permeabilidade intestinal aumentada incluem:

  • Aumento de antígenos podendo desencadear alergia alimentar (IgE), Intolerância alimentar (IgG), Doenças inflamatórias e autoimunes.
  • Exposição elevada a toxinas devido à sobrecarga da função de desintoxicação do fígado e “fadiga” pelo alto consumo de ATP.
  • Exposição elevada a agentes patogênicos, provocada pelo aumento de antígenos e produtos bacterianos.

Já a diminuição da permeabilidade intestinal pode resultar em má absorção e originar desnutrição, mesmo com uma dieta normal (em relação a qualidade ou quantidade), comumente como consequência de lesões do epitélio intestinal que afetam a absorção transcelular de nutrientes.

 

O que é o exame de Permeabilidade intestinal ou Teste PI?

 

É um método não invasivo de avaliação da integridade e funcionalidade da mucosa intestinal, que possibilita o auxílio no diagnóstico das causas de sintomas intestinais e sistêmicas, além de fornecer informação sobre a resposta terapêutica e acompanhamento clínico (marcador de atividade e prognóstico).

 

A análise consiste na administração de duas substâncias não metabolizáveis (lactulose e manitol) que apresentam peso molecular diferente, em concentrações previamente determinadas. O resultado é apresentado com base na quantificação da porcentagem de eliminação de ambas substâncias, sendo essa correlacionada com a porcentagem de absorção.

 

Como realizar o exame de Permeabilidade intestinal?

 

Para realizar o exame faz-se necessário 8 horas de jejum prévio.

  • Ao acordar, deve-se urinar, esvaziando assim a bexiga por completo.
  • Após, diluir o manitol e a lactulose de acordo com as instruções e ingerir lentamente.
  • Não se deve ingerir alimentos e líquidos na primeira hora de realização do procedimento.
  • Urinar no frasco graduado ao longo de 6 horas e manter o frasco armazenado na geladeira durante e após a coleta, até o envio ao laboratório.
  • Após a coleta, homogeneizar o frasco graduado e transferir 10 mL de urina para o tubo de coleta.
  • Descartar o residual do frasco coletor
  • Encaminhar os 10 mL de urina ao laboratório devidamente identificado e acondicionado, seguindo as recomendações fornecidas.

 

Para quem é indicado o exame de Permeabilidade intestinal?

 

O exame de permeabilidade intestinal é indicado para:

  • Pessoas que desejem gerir pró ativamente sua saúde;
  • Pessoas que tenham alguma alergia e/ou intolerância alimentar;
  • Pacientes com doença celíaca ou intolerância ao glúten;
  • Pacientes com doenças ou sintomatologia intestinal do tipo crônica;
  • Pacientes com doenças sistêmicas inflamatórias ou imunológicas crônicas.

 

A identificação de uma alteração da permeabilidade intestinal possibilita a atuação terapêutica de forma específica, com a consequente melhora dos sintomas em uma porcentagem elevada de pacientes.

Sobre o Grupo SYNLAB
O Grupo SYNLAB é líder na prestação de serviços de diagnóstico médico na Europa, disponibilizando uma gama completa de serviços de análise clínica laboratorial a pacientes, profissionais de saúde, clínicas e indústria farmacêutica. Proveniente da união da Labco com a synlab, o novo Grupo SYNLAB é o indiscutível líder europeu em serviços de laboratório médico.

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