Diagnóstico do Câncer de Mama: como é feito? - Synlab

Câncer de Mama: Fatores de Risco, Diagnóstico e o Papel dos Exames Moleculares

Publicado por Synlab em 17 de outubro de 2024
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O câncer de mama é uma das neoplasias mais prevalentes entre as mulheres em todo o mundo, contribuindo significativamente para os casos de doença e mortalidade. Essa patologia pode apresentar diferentes subtipos e graus de agressividade, o que torna seu diagnóstico e tratamento desafiadores.  

 

Os avanços na medicina genômica e nas técnicas de diagnóstico precoce possibilitaram intervenções mais precisas e personalizadas, o que resulta em maiores chances de cura e um prognóstico mais favorável para as pacientes. 

 

Compreender os fatores de risco, os marcadores moleculares e as novas abordagens terapêuticas é essencial para a luta contra o câncer de mama. 

 

O que é o câncer de mama? 

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é definido como uma doença em que células da mama se multiplicam de forma desordenada, formando um tumor com potencial de invadir outros órgãos.  

 

O câncer de mama pode ser classificado em diferentes tipos, dependendo das características das células tumorais e do grau de disseminação. A detecção precoce é fundamental para aumentar as chances de sucesso no tratamento. 

  

As mulheres são predominantemente afetadas, e a incidência aumenta com a idade. Mais de 80% dos cânceres de mama são diagnosticados em mulheres com mais de 50 anos. O câncer de mama é a principal causa de mortes por câncer, com 685.000 mortes em todo o mundo em 2020 (1). 

 

O câncer de mama geralmente se apresenta como um nódulo na mama e geralmente é indolor. No entanto, 90% das massas mamárias são de natureza benigna, como fibroadenomas, cistos e alterações fibrocísticas (1).  

 

Os cânceres de mama podem se apresentar como: 

  • Um nódulo mamário e/ou axilar que pode ter características duras, imóveis, irregulares ou fixas;
  • Inchaço ou alterações no formato e tamanho da mama;
  • Alterações na pele, incluindo eritema, covinhas, depressões e ulceração;
  • Alterações no mamilo, como inversão, alterações na pele ou secreção.

 

Embora extremamente comum, a dor mamária isolada sem outros sinais raramente é uma apresentação de câncer de mama (2). 

 

Como é feito o diagnóstico de câncer de mama?

O diagnóstico do câncer de mama envolve uma combinação de exames clínicos, de imagem e laboratoriais, que auxiliam na identificação de alterações no tecido mamário.  

 

Dentre os principais, podemos citar: 

  • Mamografia: É o exame de imagem mais comum e recomendado para a detecção precoce do câncer de mama. Trata-se de um raio-X das mamas que pode identificar nódulos ou microcalcificações, mesmo antes de serem palpáveis, sendo considerada a investigação mais importante para a visualização e caracterização de anormalidades;
  • Ultrassonografia mamária: Frequentemente utilizada como complemento à mamografia, especialmente em mulheres com mamas densas. Ajuda a diferenciar entre cistos (lesões benignas com líquido) e massas sólidas, que podem ser suspeitas;
  • Ressonância magnética (RM): Indicada em casos específicos, a RM é usada para obter imagens mais detalhadas, especialmente em pacientes de alto risco ou com alterações detectadas por outros exames. Ajuda na tomada de decisões, como considerar a cirurgia conservadora da mama, determinar o tamanho do tumor onde há uma discrepância de tamanho entre as modalidades de imagem ou monitorar a resposta do paciente à quimioterapia neoadjuvante (3);
  • Biópsia: Consiste na retirada de uma amostra de tecido mamário para análise laboratorial. Existem diferentes tipos de biópsias, como a biópsia por agulha fina (PAAF), biópsia por agulha grossa (core biopsy) ou biópsia cirúrgica, dependendo do caso;
  • Exames moleculares: Para complementar o diagnóstico e o planejamento do tratamento, pode ser solicitado um perfil genético ou molecular do tumor, que avalia a expressão de genes e classifica o subtipo biológico do câncer de mama. 

 

Esses exames, quando combinados, permitem um diagnóstico preciso, possibilitando a detecção precoce da doença, essencial para o sucesso do tratamento. 

 

Com os avanços nas descobertas científicas, o conhecimento sobre o câncer de mama evoluiu significativamente. Hoje, sabe-se que essa é uma doença complexa e heterogênea, caracterizada por múltiplas alterações moleculares (4), além de fatores epigenéticos (5) e transcricionais que envolvem uma infinidade de genes e proteínas.  

 

Mesmo com essa complexidade, o câncer de mama pode ser detectado precocemente, e é nesse cenário que as ferramentas de diagnóstico têm sido rapidamente desenvolvidas e aprimoradas.  

 

Além de fatores de risco conhecidos, como tabagismo, consumo de álcool, obesidade e sedentarismo (6), os fatores genéticos (7) também estão intimamente relacionados à predisposição ao câncer de mama.  

 

Marcadores moleculares já são utilizados para diagnóstico, prognóstico e prevenção do câncer de mama. Sendo assim, é inquestionável que, embora imutáveis, os fatores genéticos merecem ser monitorados, pois desempenham um papel crucial na tomada de decisão clínica.  

 

Nesse contexto, os exames moleculares têm se destacado como ferramentas importantes para o diagnóstico e para a definição de diretrizes terapêuticas (8). 

  

A caracterização tumoral, incluindo o tamanho do tumor, subtipo intrínseco e número de gânglios linfáticos afetados, é essencial para o diagnóstico e prognóstico (4).  

 

Os subtipos intrínsecos, que estão intimamente relacionados com o prognóstico do câncer de mama, apresentam diferenças quanto aos perfis de expressão gênica e as taxas de sobrevivência, independentemente do tempo de recorrência (4).  

 

O tratamento do câncer de mama nem sempre segue diretrizes rígidas, devido à complexidade e heterogeneidade da doença. A escolha do tratamento depende de diversos fatores, como o tipo de câncer (invasivo ou não invasivo), agressividade, histórico familiar e perfil genético da paciente (9). O nível de resposta ao tratamento também é bastante individualizado. 

 

Novos estudos e atualizações nas ferramentas de prevenção e diagnóstico auxiliam na definição de linhas de tratamento, que podem incluir procedimentos cirúrgicos, quimioterapia, radioterapia e terapias hormonais (10). A caracterização do perfil genético da paciente e do subtipo tumoral também é crucial para o sucesso do tratamento. 

 

Além da importante contribuição no diagnóstico e prognóstico, conhecer o perfil molecular do tumor é fundamental para o planejamento estratégico de controle do câncer de mama e para a detecção precoce, aumentando as chances de sucesso do tratamento. 

 

Qual a importância do diagnóstico precoce de câncer de mama?

O diagnóstico precoce do câncer de mama é de extrema importância porque aumenta significativamente as chances de cura e sobrevida. Quando a doença é detectada em estágios iniciais, as opções de tratamento são mais eficazes e menos agressivas, o que pode reduzir a necessidade de intervenções complexas, como quimioterapia ou mastectomia. 

  

Além disso, a detecção precoce permite a identificação de tumores menores e menos propensos a se espalhar (metástase), resultando em melhores prognósticos para as pacientes. 

 

Com o avanço das tecnologias de imagem e dos exames moleculares, o diagnóstico preciso em fases iniciais do câncer de mama tornou-se uma realidade, permitindo a personalização do tratamento e melhorando a qualidade de vida das mulheres afetadas pela doença.  

 

No entanto, na era da medicina personalizada, biomarcadores tradicionais, como o tamanho e grau do tumor e a presença de metástases nos linfonodos, já não são suficientes para o manejo ideal de pacientes em estágios iniciais (11, 12). A incorporação de novos biomarcadores moleculares é essencial para otimizar o tratamento e oferecer abordagens mais individualizadas. 

 

Pesquisas recentes têm focado na descoberta e validação de biomarcadores moleculares que atuam como ferramentas prognósticas e preditivas, utilizando testes multiparâmetros, multianalíticos e multigenéticos, já recomendados por especialistas na prática clínica.  

 

Entre os biomarcadores disponíveis, o receptor de estrogênio (ER) é o mais relevante para o câncer de mama. Todos os pacientes recém-diagnosticados devem realizar a avaliação desse marcador, que não só tem valor prognóstico, mas também preditivo, especialmente na terapia endócrina.  

 

O ER está associado ao crescimento celular cancerígeno mediado pelos estrogênios, que ativam genes reguladores como a ciclina D e MYC (13). Assim, o nível de ER pode indicar a eficácia da terapia antiestrogênica, essencial para o tratamento (14). 

 

Desta forma, quanto mais cedo um tumor invasivo é detectado e o tratamento é iniciado, maior a probabilidade de cura. Com o advento da medicina genômica, a detecção precoce e caracterização do câncer de mama, tornaram-se mais acessíveis, sendo fundamentais na luta contra a doença. 

 

Como prevenir o câncer de mama? 

Na prevenção do câncer de mama, a vigilância é uma importante aliada, já que os sintomas muitas vezes passam despercebidos. Muitas mulheres diagnosticadas eram assintomáticas até o momento do diagnóstico.  

 

Para prevenir a doença, é possível evitar fatores de risco como tabagismo e consumo excessivo de álcool, além de adotar hábitos como controle de peso, prática de atividade física, amamentação e terapia hormonal adequada (15).  

 

Adicionalmente, a prática do autoexame e consultas regulares com médicos especialistas continuam sendo fundamentais para detecção precoce e melhores prognósticos. Alterações físicas, como secreções, irritação da pele e nódulos nas mamas, são sinais importantes a serem observados. 

 

A presença de histórico familiar de câncer é um forte indicativo para a investigação de marcadores moleculares. Embora os fatores genéticos sejam imutáveis, o monitoramento do perfil genético é uma ferramenta promissora na luta contra o câncer de mama.  

 

A SYNLAB oferece exames completos e inovadores para a saúde da mulher, ajudando na prevenção e no combate ao câncer de mama. Além disso, aqui no blog já abordamos outros detalhes dos testes genéticos de câncer de mama e ovário hereditários. 

 

Como a SYNLAB pode auxiliar no diagnóstico do câncer de mama? 

Atuando ao lado das mulheres e dos profissionais de saúde na luta contra o câncer de mama, a SYNLAB desenvolveu o teste Prosigna (PAM50), um exame molecular que analisa a expressão de 50 genes e classifica o tumor em um dos quatro subtipos biológicos intrínsecos: Luminal A, Luminal B, HER2-enriquecido e Basal.  

 

O teste também fornece o risco de recorrência – ROR (do inglês Risk-Of-Recurrence) para a paciente, baseando-se em três fatores: tamanho do tumor, subtipo molecular intrínseco e o estado de proliferação tumoral. 

 

Nesse sentido, o exame Prosigna (PAM50), aliado à medicina genômica personalizada, se destaca como um aliado importante na luta contra o câncer de mama. 

 

Importantes guias internacionais (NCCN, ASCO, ESMO), que estabelecem diretrizes para o diagnóstico e tratamento do câncer de mama, incluem a classificação do subtipo intrínseco como parâmetro essencial para a escolha da terapia sistêmica (16, 17).  

 

Para quem é indicado o exame Prosigna (PAM 50) da SYNLAB?

O exame é indicado para mulheres na pós-menopausa que tenham sido mastectomizadas em decorrência de câncer de mama e que tenham as seguintes características:

  • Receptores hormonais positivos, gânglios negativos, câncer de mama em estágio I e II;
  • Receptores hormonais positivos, gânglios positivos (1 – 3,4 ou mais gânglios positivos), câncer de mama em estágio II ou IIIA. 

 

Além disso, o exame Prosigna apresenta: 

  • Validação em dois estudos clínicos que avaliaram mais de 2.400 mulheres pós-menopausa com câncer de mama em fase inicial;
  • Aprovação pelas agências regulatórias dos Estados Unidos (FDA) e da Europa (EMA) como ferramenta prognóstica no câncer de mama inicial; 
  • Proporciona a avaliação do risco de recorrência ao longo de até 10 anos e o subtipo intrínseco. 

 

Conheça o grupo SYNLAB, referência na prestação de serviços de diagnósticos médicos! 

A realização de exames precisos e atualizados, é essencial para diagnósticos mais assertivos e para o melhor direcionamento dos tratamentos. A SYNLAB está aqui para te ajudar.  

  

Oferecemos soluções diagnósticas com rigoroso controle de qualidade às empresas, pacientes e médicos que atendemos. Estamos no Brasil há mais de 10 anos, atuamos em 36 países e três continentes, e somos líderes na prestação de serviços na Europa. 

 

Entre em contato com a equipe SYNLAB e conheça os exames disponíveis. 

 

Referências Bibliográficas

1) World Health Organization. Breast cancer. 2021. https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/breast-cancer

 

2) Fonseca MM, Lamb LR, Verma R et al. Breast pain and cancer: should we continue to work-up isolated breast pain? Breast Cancer Res Treat. 2019;177(3):619–627.

 

3) Royal College of Radiologists. Guidance on screening and symptomatic breast imaging, fourth edition. 2019. https://www.rcr.ac.uk/system/files/publication/field_publication_files/bfcr199-guidance-on-screening-and-symptomatic-breast-imaging.pdf

 

4) Odle TG. Precision Medicine in Breast Cancer. Radiol Technol. 2017 Mar;88(4):401M-421M.

 

5) Godone RLN, et al. Clinical and molecular aspects of breast cancer: Targets and therapies. Biomed Pharmacother. 2018. PMID: 29945114 Review.

 

6) https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//a_situacao_ca_mama_brasil_2019.pdf

 

7) Renfro LA, et al. Precision oncology: A new era of cancer clinical trials. Cancer Lett. 2017. PMID: 26987624

 

8) Torsten Nielsen, Brett Wallden, Carl Schaper, Sean Ferree, Shuzhen Liu, et al. Analytical validation of the PAM50-based Prosigna Breast Cancer Prognostic Gene Signature Assay and nCounter Analysis System using formalin-fixed paraffin-embedded breast tumor specimens. BMC Cancer. 2014 Mar 13:14:177.

 

9) American Cancer Society. Treating Breast Cancer. Disponível em: https://www.cancer.org/cancer/types/breast-cancer/treatment.html

 

10) American Cancer Society. Breast Cancer Early Detection and Diagnosis. Disponível em: https://www.cancer.org/cancer/types/breast-cancer/screening-tests-and-early-detection.html

 

11) M.J. Duffy, N. O’Donovan, E. McDermott, J. Crown. Validated biomarkers: The key to precision treatment in patients with breast cancer. The Breast, 29 (2016), pp. 192-201.

 

12) M.J. Duffy, E.W. McDermott, J. Crown. Use of multiparameter tests for identifying women with early breast cancer who do not need adjuvant chemotherapy.Clin. Chem., 63 (4) (2017), pp. 804-806.

 

13) J.S. Carroll. EJE PRIZE 2016: Mechanisms of oestrogen receptor (ER) gene regulation in breast cancer. Eur. J. Endocrinol., 175 (1) (2016), pp. R41-R49.

 

14) W.L. McGuire. Estrogen receptors in human breast cancer: an overview. Estrogen Receptor Hum. Breast Cancer (1975).

 

15) American Cancer Society. Lifestyle-related Breast Cancer Risk Factors. Disponível em: https://www.cancer.org/cancer/types/breast-cancer/risk-and-prevention/lifestyle-related-breast-cancer-risk-factors.html

 

16) American Society of Clinical Oncology. Disponível em: https://www.asco.org/

 

17) European Society For Medical Oncology. Disponível em: https://www.esmo.org/

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